SÃO JOÃO PAULO II

A vida de Karol Wojtyla

18 de maio de 1920
Karol Wojtyla (pronuncie caróu voitila) nasceu em Wadowice (Cracóvia), na Polônia popup. Sua mãe chamava-se Emília e seu pai, Karol. Tinha um irmão 14 anos mais velho, Edmund, e uma irmã, Olga, que morreu com 6 anos de idade, por volta de 1914.

13 de abril de 1929
A mãe, Emília, morre, aos 45 anos. Sua saúde já estava frágil desde a morte da filha, Olga, e nos últimos anos, passava boa parte do tempo na cama, cada vez mais triste e silenciosa. Depois da morte da "alma da casa", como o próprio Karol chamava a mãe, ele e o pai foram visitar o santuário da Virgem de Kalwaria popup, próximo a Wadowice. Talvez tenha nascido nessa viagem de luto a devoção à Nossa Senhora que vai marcar a vida do futuro papa.

5 de dezembro de 1932
Edmund, seu único irmão, médico recém-formado, morre de escarlatina.

1934-1938
Participa como ator de muitas peças   estudantis.

22 de junho de 1938
Admitido na Faculdade de Filosofia da Jagellonian University de Cracóvia

No verão desse mesmo ano
Ele e seu pai mudam para Cracóvia. Karol participa de um grupo de teatro experimental que trabalha em cima de monólogos e improvisações sobre a cultura e os valores heróicos dos poloneses. Ele ama a poesia, a literatura e as canções cheias de sofrimento e saudade tão típicas da Polônia.

1939
Início da Segunda Guerra Mundial, a Polônia é ocupada pelos alemães.

18 de fevereiro de 1941
Seu pai morre de um ataque cardíaco. Os amigos do jovem Karol temem pela sua saúde, tamanha é a tristeza dele. Não sem razão, João Paulo II disse, certa vez, para o escritor André Frossard: "Com 20 anos, eu já havia perdido todas as pessoas que amava e, mesmo aquelas que eu poderia ter amado, como minha irmã Olga, que, dizem, morreu 6 anos antes de eu nascer". Com seu pai morto e sua terra ocupada e ameaçada de perder os valores mais queridos, como a religião e o culto de Nossa Senhora, Karol talvez sentisse que seu sofrimento estava de alguma forma ligado ao sofrimento da Polônia.

Outubro de 1942
Entra para o seminário clandestino da Faculdade de Teologia da Jagellonian University (os nazistas tinham fechado a catedral de Cracóvia e os padres eram permitidos apenas de rezar a missa aos domingos, mas para uma igreja vazia, porque os habitantes da cidade não podiam comparecer. Depois da guerra a repressão religiosa continuaria, agora sob o controle do governo comunista da antiga URSS, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Antes de entrar para o seminário, Karol trabalhava para uma fábrica de produtos químicos.

Março de 1943
Faz o papel principal de uma peça clandestina sobre a Polônia. Existem algumas especulações sobre se o futuro papa compartilhava do anti-semitismo que impregnava tanta gente na sua época. Ao que parece, o jovem Karol nunca foi filiado a nenhuma das organizações que procuravam salvar os judeus dos campos de concentração, mas em mais de uma oportunidade, ele intercedeu em favor de amigos ou conhecidos judeus.

Em 1944
Recebe as primeiras ordens e, em 1946, celebra sua primeira missa. A Igreja católica polonesa havia sobrevivido à guerra, mas ainda ia enfrentar tempos difíceis pela frente, com a ocupação soviética.

15 de novembro de 1946
Deixa a Polônia para estudar teologia na Universidade Angelicum, em Roma. Sua tese foi sobre o grande místico do século 17, São João da Cruz, que tinha visões de Nossa Senhora.

Em 1948
Volta para a Polônia. Vai ser pároco da cidadezinha de Niegowic, não muito longe de Wadowice, sua cidade natal. Ao chegar, beija o solo, num gesto que se tornaria sua marca pessoal. É transferido, logo depois, para a igreja do bairro universitário de São Floriano. É um pastor entusiasmado. Apadrinha grupos de estudo clandestinos e funda um grupo chamado Srodowisko (ambiente) cujo objetivo era colocar os jovens em contato com a natureza, o melhor jeito de alcançar Deus, segundo o padre Karol. Além disso, faz estudos brilhantes de doutorado na Jagellonian University, em Cracóvia. Também começa a dar aulas e a escrever, ainda mais. Sua obra literária ele assina sob o pseudônimo de Stanislaw Andrzej Gruda, "não por afetação, mas por modéstia", como diz Luigi Accattoli, em seu livro Karol Wojtyla, o homem do final do milênio. O primeiro livro do futuro papa foi Amor e responsabilidade, publicado em 1960, junto com o drama A loja do ourives, sobre o casamento.

Até 1953
"Ser sacerdote e educador na Polônia comunista, e, além do mais, no período stalinista (Stalin morreu em 1953) significava entrar em conflito quase diário com o regime", ensina Luigi Accattoli. Lutas que iam do simples direito de realizar a procissão anual de Corpus Christi até o contato com os jovens e a construção de novas igrejas. Falando sobre sua posição política, em relação aos dois regimes que a Polônia viveu durante quase todo o século 20 (nazismo e comunismo) Karol diz: "Os dois sistemas totalitários que marcaram tragicamente o nosso século, eu os pude conhecer, por assim dizer, por dentro. É fácil, portanto, compreender a minha sensibilidade pela dignidade de cada pessoa humana e pelo respeito para com seus direitos, a começar pelo direito à vida".

Em setembro de 1958
É ordenado bispo e convidado a participar do Concílio Vaticano Segundo, realizado em Roma, em 1962. Uma das decisões históricas desse encontro foi retirar a culpa dos judeus em relação à morte de Cristo. Outra decisão polêmica do Concílio foi deixar claro que o cristianismo não tinha vindo para substituir o judaísmo e que as duas religiões eram distintas e independentes. Ambas as decisões eram bandeiras do bispo Karol.

Em 1963
O papa Paulo VI nomeia Karol arcebispo de Cracóvia em 1963. Torna-se cardeal em 1964. O cardeal Wojtyla não se manifestou contra o pogrom sangrento de 1968 (um terrível ataque aos judeus, promovido pelos comunistas), em compensação, foi o primeiro cardeal a visitar sinagogas.

De 1962 a 1978
Ele sai da Polônia umas 50 vezes para participar de congressos, fazer trabalhos para o concílio, peregrinações e outras atividades, incluindo uma célebre viagem à Alemanha, em 1978, que reconciliaria as duas igrejas, separadas desde a guerra. "Nós perdoamos e pedimos perdão", é o apelo para a tolerância do cardeal Wojtyla.

16 de outubro de 1978
O cardeal Karol Wojtyla é eleito sucessor do papa João Paulo I, recém-empossado (tinha sido eleito em agosto e falecido em setembro). Sua eleição foi marcada por dois fatos incomuns na história do papado: ele era um pastor e não um diplomata ou membro da hierarquia do Vaticano, e, principalmente, não era italiano (como reagiria o povo romano diante de um papa estrangeiro?). Quando lhe perguntaram, no final solene do conclave, se aceitava o cargo, o novo papa declarou: "Com obediência de fé em Cristo, meu Senhor e, confiando na Mãe de Cristo e da Igreja, não obstante as muitas dificuldades, eu aceito."

Para saber mais:
Karol Wojtyla, o homem do final do milênio, de Luigi Accattoli (indicado por Monsenhor Beltrami, da Cúria Metropolitana de São Paulo), Edições Paulinas

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